quinta-feira, 25 de junho de 2009

Atahualpa Yupanqui,ou simplesmente, DON ATA



“Con permiso via a dentrar
aunque no soy convidao,
pero en mi pago, un asao
no es de naides y es de todos.
Yo via cantar a mi modo
después que haiga churrasquiao.”


Héctor Roberto Chavero, ou tão simplesmente Atahualpa Yupanqui, nasceu na província de Buenos Aires, na localidiade de Pergamino, no ano de 1908. Quando se mudou para Agustín Roca, onde seu pai foi trabalhar nas estradas de ferro, começou a ter as primeiras aulas de violão, onde tinha que andar cerca de 15 quilômetros para encontrar seu professor. Em seguida, mudou-se para Tucumán, onde começou a sentir a força e a magia do folklore gaucho.
Reza a lenda que é desta época seu pseudônimo Atahualpa Yupanqui, em homenagem a dois antigos imperadores do Império Inca. Atahualpa e Tupac Yupanqui. Certamente este pseudônimo teve influência de seu pai, que era um quéchua, um dialeto utilizado em países andinos, idioma falado pelos Incas.
Com as aulas de violão que teve com Don Bautista Almirón, surgiu a paixão pelo folklore, música popular da Argentina e, por que não dizer, de toda a região Gaucha, que compreende não só o Rio Grande do Sul, mas também Argentina e Uruguai. Inclusive, Atahualpa, quando exilado, passou pelo interior do Uruguai e pelo sul do Brasil.
Este exílio de Don Ata deveu-se a diversas canciones que demonstravam uma preocupação constante com o contexto sociopolítico Argentino, com o sofrimento de seu povo.
Após este exílio, retornou por Entre Ríos, viveu em Rosario, Província de Santa Fe, para depois mudar-se para a província de Tucumán. No entanto, o “negócio” dele não era ficar parado em apenas uma cidade. Sua ânsia por conhecer as culturas dos índios fez Don Ata recorrer toda a região Del Altiplano, Catamarca, Salta, Jujuy, dentre outros locais, onde ele buscava informações sobre os antigos moradores daquele local, os índios.
Com o regime militar em 1946, surgiram as perseguições e até a prisão, sendo que Don Ata teve que “fugir” até o Uruguai e exilar-se na Europa. Mas retornou, cerca de 10 anos depois, mas nunca deixou de lado o folklore, mantendo uma casa em Cerro Colorado, Província de Cordoba, além de sua residência, em Buenos Aires. Passaram outros presidentes, outro regime militar, sendo que sua obra era muito valorizada, não só na Argentina, mas na Europa, onde recebeu diversos prêmios. Na década de 90, retornou à Argentina, para receber um prêmio e participar do Festival Cosquín.
Atahualpa morreu em Paris, no ano de 1992. Conforme seu desejo, seus restos mortais estão em Cerro Colorado, Província de Cordoba.
Atahualpa sempre foi um difusor deste gênero musical, tanto em seu país, quanto fora dele, levando sempre a beleza de suas músicas, suas payadas, seus balseaos, suas zambas. Deixou um legado de diversas obras para deleite de todos aqueles que gostam do folklore argentino e gaucho.
Há pouco tempo, consegui baixar um DVD sobre a vida e obra de Atahualpa, intitulado “El Legado”. Este DVD é muito bom para os admiradores da obra deste payador. O DVD está disponível para Download em uma comunidade do Orkut, muito boa para quem quer encontrar não só músicas gaúchas, mas músicas de toda a região gaucha. Seu nome é MGPD - Cositas Pra Escuitá e seu link é
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=10448607
Enfim, tentei trazer um pouco deste precursor da música tradicionalista gaucha. Todavia, não postei o nome de seus livros ou de seus discos. Toda sua obra pode ser encontrada em diversos sites:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Atahualpa_Yupanqui
http://www.graciasatahualpa.com.ar/
http://www.sreyes.org/atacancionero.htm