quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Quilero

Buenas,

Posto pros amigo mais uns versito que escrevi sobre estes guerreiros das fronteiras...

Abraço e suerte!


Cambeio de um lado pra outro
da frontera seca que separa
meu rincão gaúcho lejano
carne, comida y todo más
por atalhos que deixo pra trás
haciendo el contrabando.

Na miséria que se mostra
Nesta vida de fronteiriço
Só me toca ser quilero
Pra dar bóia pros piazito
Que esperam no ranchito
E pra pagá o bolichero.

E assim toco minha vida
Cruzando daqui para allá
Pra ganar plata nessa lida
De cruzar o véio Aceguá.

Meu cavalo, pingo reiúno
Cruza pagos que é um risco
Meu flete picaço oveiro
Negro, parece assombração
Pra passar sem chamar atenção
Pelos milico fronteiro.

E se precisa cair n’água
Meu picaço não se achica
Entra na água num relincho
Bandeia o rio a nado
Leva as mala pro outro lado
Nadando feito um capincho.

Meu pingaço vaqueano
conhece pagos pelo cheiro
na lua nova, escuridão
na cerração que cega o bagual
esse pingo nunca errou vau
porque na vista tem um clarão.

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